Lá estava ela pela pradaria,
Correndo pelo rochedo,
Saltando por entre um arbusto.
De longe, eu a seguia,
Parecia de nada ter medo,
Mas, às vezes, por um susto,
Disparava em alta velocidade.
Que estranha criatura!
Quando de longe eu olhava,
Era toda tranqüilidade,
Mostrando sua postura,
Pelos prados desfilava.
Que estranha atração
Aquela criatura irradiava.
Seu porte, seu pelo, seu passo
Me forçavam uma aproximação.
Uma visão de longe não bastava
Para contemplar aquele espaço.
Quando me dei pela conta,
O quadro já me enchia a vista.
Eu a tinha bem perto,
Parecia um animal de monta,
Que esperava na pista
A hora do portão aberto.
A curta distância, eu a seguia,
Em movimentos rápidos, a segurança
De cada passo pisar o lugar certo.
Parece que já me pressentia!
Mas ainda com esperança
De poder vê-la mais perto...
Tarde demais...
Já havia me notado!
Não me parecia assustada,
Mas já estava em atenção,
Pois a vivência tinha ensinado
Que, ao por alguém ser admirada,
Despertava-se-lhe preocupação.
Ensinuei um movimento...
Foi o bastante...
Saiu em disparada
E, no mesmo momento,
Eu já a via distante
Com a crina em revoada.
Seu corpo esbelto eu vejo
Sumir na distância cada vez mais.
O que determina esse comportamento?
A curiosidade me inspira desejo!
Será que é pedir demais,
Que se repita esse momento?
O sol já desapareceu,
Terminando mais um dia,
Levando aquela imagem,
Eu volto pensando...
O que aconteceu?
Uma imagem que fazia
Lembrar uma criatura selvagem.
OlavoTHADEU – 01.05.1977
Nenhum comentário:
Postar um comentário