Every Poem you write here
You will never understand,
Because when the waves arrive,
They will allways go off the end!

26.5.06

A Verdadeira História das Estrelas


A Verdadeira História das Estrelas

Em tempos outros, os dias já eram claros pois um grande Sol iluminava a Terra, entretanto as noites eram muito escuras.

O consolo da bicharada, principalmente, quando não havia Lua e mais escuras eram as noites, era se contentar com os pirilampos que, intermitentemente, cintilavam trazendo algum brilho àquela escuridão.

Nessa época, não havia as estrelas no céu. Tão escuras eram as noites que o pequeno brilho dos insetos chegava a refletir nos grandes e opacos olhos esbugalhados dos sapos que arrodeavam a lagoa.

Os batráquios se entreolhavam assustados e somente percebiam o brilho dos pirilampos e o reflexo nos olhos de seus companheiros. Não se davam conta, entretanto, que seus olhos também brilhavam, ainda que refletindo a luz dos pirilampos.

Diante da luz percebida, resolveram, então, os sapos, em coaxar uníssono, chamar para mais perto os pirilampos, alegando que, dessa maneira, melhor poderiam apreciar o brilho deles.

Aquiesceram, inocentemente, os pirilampos, aproximando-se cada vez mais dos sapos. Os olhos dos batráquios pareciam brilhar, de tão próximos que estavam dos insetos.

Aproveitando a proximidade, lançaram sobre os pirilampos uma gosma úmida e preguenta, imobilizando e apagando o brilho dos pirilampos. Não satisfeitos, refestelaram-se num verdadeiro banquete.

Tão ocupados estavam os batráquios com a comilança que não se aperceberam do que acontecia: para cada brilho de pirilampo que se apagava, surgia uma estrela no céu, cujo brilho perene e majestoso jamais se apagou.

Esta é a verdadeira história das estrelas.

Olavo Thadeu/1995

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